Imposto de Renda

Taxação de rendimentos acima de R$ 50 mil pode levar ampliação da isenção do IR ao STF, avalia Jeferson Bittencourt

Ex-secretário do Tesouro Nacional questiona resistência do Congresso e ressalta possível judicialização em busca do equilíbrio fiscal

O ex-secretário do Tesouro Nacional e atual chefe da área de macroeconomia da gestora Asa, Jeferson Bittencourt, apontou a possibilidade de a proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF). A medida sugere criar uma nova alíquota para rendimentos superiores a R$ 50 mil, e Bittencourt avalia que a resistência do Congresso poderia levar o governo a judicializar a questão em busca de garantir o equilíbrio fiscal.

“Se o Congresso não aceitar que quem ganha mais de R$ 50 mil pague uma alíquota maior, é complicado. Qual é o diferencial desse grupo para não contribuir mais se outros já pagam 27,5%?”, questionou Bittencourt durante entrevista à CNN com Debora Oliveira e Victor Irajá.

A questão do equilíbrio fiscal

Bittencourt destaca que o governo deve tentar convencer o Congresso, mas não descarta que o Executivo recorra ao STF. “Pelo patamar das alíquotas, acredito que o Congresso possa ser mais condescendente com a taxação. Mas, se isso não ocorrer, vejo o Executivo pedindo ao STF a garantia do equilíbrio fiscal”, afirmou.

O economista também destacou o cálculo político envolvido na estratégia do governo ao propor medidas que visam aumentar a base de simpatizantes. Segundo ele, a preocupação foi demonstrar que a desoneração beneficia uma parcela da população que, embora não altamente prejudicada, também não está entre os mais protegidos.

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Críticas ao foco da proposta

Bittencourt questionou o direcionamento da proposta de desoneração, argumentando que ela deveria priorizar os segmentos mais vulneráveis. “Uma coisa é dar 5% de aumento no Bolsa Família, que atende um segmento realmente desprotegido. Outra é dar benefícios a trabalhadores formais que ganham R$ 4.900 com carteira assinada, que já estão longe da média de desproteção social no Brasil”, analisou.

Para ele, o debate sobre justiça tributária e o ajuste fiscal deve ser conduzido com maior profundidade, focando em equilibrar a arrecadação sem comprometer a justiça social. A ampliação da isenção do IR e a introdução de uma alíquota maior para os rendimentos mais elevados permanecem no centro das discussões fiscais do governo, com impactos significativos tanto para o orçamento público quanto para a percepção da sociedade sobre o sistema tributário brasileiro.

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Roberta

Com mais de 20 anos de experiência no jornalismo, profissional formada e especializada na cobertura de notícias voltadas para o setor contábil. E com uma trajetória é marcada pela dedicação em oferecer conteúdo preciso e relevante para contadores, sempre acompanhando de perto as mudanças e tendências que impactam o mercado.

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